Reunião de Líderes da China Discute Reformas para Lidar com Dificuldades Econômicas
No dia 18/07/24, os líderes da China se reuniram para discutir medidas urgentes para enfrentar os desafios econômicos crescentes do país, incluindo o crescimento lento e a alta inflação. Este encontro ocorre num momento crucial, onde a economia chinesa, outrora uma das mais dinâmicas do mundo, enfrenta sérios obstáculos estruturais.
Durante a reunião, foram destacadas diversas iniciativas para revitalizar a economia, que sofreu com a desaceleração do crescimento, previsto para ser de 5% em 2024 e desacelerar para 4,5% em 2025. A longo prazo, o crescimento pode cair para 3,3% até 2029, devido ao envelhecimento da população e à redução da produtividade. Este panorama foi detalhado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) em seu recente relatório sobre a China.
Um dos pontos críticos abordados foi o setor imobiliário, que se tornou o “calcanhar de Aquiles” da economia chinesa. Nos últimos anos, várias das maiores construtoras do país declararam falência, gerando uma crise de confiança e estabilidade. Para mitigar esses problemas, o governo chinês implementou um pacote de estímulos de 300 bilhões de yuans (aproximadamente 42,25 bilhões de dólares) para subsidiar projetos habitacionais.
Além disso, os líderes chineses foram incentivados a promover reformas estruturais que possam reequilibrar a economia, tornando-a mais orientada para o consumo interno e menos dependente do investimento e das exportações. A liberalização do setor de serviços e o fortalecimento da rede de segurança social foram destacados como medidas essenciais para sustentar o crescimento e gerar empregos.
Outro aspecto discutido foi a necessidade de enfrentar a dívida pública, especialmente a dívida oculta de governos locais, estimada em 4,44 trilhões de dólares. A consolidação fiscal ao longo do médio prazo é vista como necessária para estabilizar a dívida e reestruturar os veículos de financiamento insustentáveis dos governos locais.
O FMI também ressaltou a importância de flexibilizar ainda mais a política monetária, dado o baixo nível de inflação e o produto abaixo do potencial do país. Isso poderia ajudar a absorver choques externos e mitigar riscos deflacionários. Ao mesmo tempo, a China é incentivada a reduzir o uso de políticas industriais que possam causar distorções no mercado e afetar parceiros comerciais.
Com essas reformas, os líderes chineses esperam não apenas superar os desafios econômicos atuais, mas também construir uma base sólida para um crescimento sustentável e de alta qualidade no futuro. Este encontro sublinha a determinação da China em ajustar suas políticas para enfrentar um cenário econômico global em transformação e assegurar uma trajetória de desenvolvimento robusta a longo prazo.
Por Alex Oliveira para o Informativa PE