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Eleições 2024: Rivalidade entre PT e PL no Grande Recife

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Eleições 2024: Rivalidade entre PT e PL permanece acirrada na maior parte das cidades do Grande Recife

A disputa pelo controle das prefeituras no Grande Recife continua a refletir a rivalidade entre as duas maiores forças políticas do Brasil: PT, de Lula, e PL, de Bolsonaro. Nos 14 municípios da Região Metropolitana, essas siglas seguem em lados opostos, conforme um levantamento do Informativa PE, baseado nas candidaturas registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Em oito das 14 cidades da região, há confrontos diretos entre PT e PL. Nas outras seis, o PL não apresenta candidato nem integra nenhuma coligação. O PT, por outro lado, está presente em todas as cidades, com candidaturas próprias em duas delas e participando de alianças nos demais municípios.

Os registros foram feitos até 15 de agosto, prazo final para as convenções partidárias referentes às eleições de 2024.

De acordo com as atas das convenções:

– O PT disputa em todas as 14 cidades do Grande Recife, com candidaturas próprias em Jaboatão dos Guararapes e Olinda, e apoio a outros candidatos em 12 municípios.
– A maior parte dos candidatos apoiados pelo PT pertence ao PSB (Abreu e Lima, Itapissuma, Recife e São Lourenço da Mata) e ao Republicanos (Camaragibe, Igarassu, Itamaracá, Ipojuca e São Lourenço da Mata).
– O partido também apoia o PP em duas cidades (Cabo de Santo Agostinho e Moreno), além de alianças com o PSD em Araçoiaba e o PDT em Paulista.

Por sua vez, o PL tem candidaturas próprias em sete cidades:

– Camaragibe, Itamaracá, Jaboatão dos Guararapes, Moreno, Olinda, Paulista e Recife.
– Em Igarassu, o PL optou por apoiar o PSDB.

O PL ampliou sua participação em 2024, com presença em mais cidades do que nas eleições de 2020, quando teve três candidaturas próprias e apoiou outras cinco. Naquele período, Bolsonaro ainda não era filiado ao PL, tendo se unido ao partido em 2021, após dois anos sem legenda.

Já o PT participou das disputas em 11 municípios em 2020, com candidaturas próprias em quatro. Na época, PT e PL estavam juntos na disputa em Paulista, com Francisco Padilha (então no PSB), que não foi eleito.

O cientista político Antônio Fernandes, doutorando pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), destaca que as eleições municipais tendem a ser menos influenciadas pela polarização nacional, com foco maior na gestão local. Ele ressalta que o impacto nacional ganha força em segundo turno, mas o contexto local é determinante. “O pleito municipal é muitas vezes um referendo sobre a gestão atual, especialmente em tentativas de reeleição”, afirma Fernandes.

Conflito entre forças estaduais

No estado de Pernambuco, a disputa política se dá principalmente entre PSDB e PSB. O PSDB, liderado pela governadora Raquel Lyra, enfrenta o PSB, que governou o estado por quatro mandatos consecutivos, de 2007 a 2022. Atualmente, o PSB lidera a oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).

Nas eleições municipais deste ano, os dois partidos são adversários em 12 das 14 cidades do Grande Recife onde possuem chapas.

Essas eleições são vistas como um indicador importante para a eleição estadual de 2026, onde Raquel Lyra pode tentar a reeleição. Nos bastidores, comenta-se que seu principal adversário pode ser João Campos (PSB), atual prefeito do Recife, que teria que renunciar ao cargo para disputar o governo estadual.

Segundo o TSE:

– O PSDB lançou candidaturas próprias em Abreu e Lima, Igarassu, Itamaracá, Paulista e São Lourenço da Mata.
– O PP e o PSD são os partidos mais apoiados pelos tucanos em três cidades cada. O Republicanos tem o apoio do PSDB em Camaragibe.
– O PSB, por sua vez, tem candidaturas próprias em sete cidades do Grande Recife e apoia aliados em outras sete.
– Os socialistas estão aliados ao Republicanos em Igarassu e Ipojuca, e ao PT em Jaboatão dos Guararapes e Olinda. Além disso, o PSB apoia o PDT em Araçoiaba, o Solidariedade no Cabo de Santo Agostinho e o Podemos em Camaragibe.

Em 2020, o PSDB teve presença em oito chapas, uma delas com candidatura própria. O PSB esteve envolvido em todas as 14 cidades da Região Metropolitana, com nove candidaturas próprias. Nas últimas eleições, PSDB e PSB se uniram apenas em Abreu e Lima, com a candidatura de Cristiane Moneta (PSB), que não venceu.

Antônio Fernandes acredita que as eleições municipais podem oferecer pistas para o pleito estadual de 2026, destacando a importância das bases eleitorais formadas agora para futuras disputas por cargos como deputado estadual, federal, senador e governador. “As eleições de 2026 começam a ser moldadas em 2024, com a preparação das bases eleitorais”, conclui.

Por Alex Oliveira para o Informativa PE

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